Páginas

Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Capitulo 6

Fevereiro, 3 de 2010
Hoje o meu pai fazia 45 anos, e não está cá. Porque que a vida é tão injusta, o que é que eu fiz de mal para merecer isto? Sei que vocês estão ai algures e estão-me a ouvir, e por isso eu quero dizer-vos que não aguento mais as saudades, se morresse-mos de saudades eu juro que já tinha morrido.
                Continuo em casa da minha tia, a espera de notícias, é interessante saber que a minha querida tia recusou ficar comigo e aceitou mandar-me para o próximo orfanato que tiver vaga. Também disse que me ia visitar todos os meses e que só não ficava comigo porque não tem dinheiro, eu respondi que não tinha 5 anos. Dinheiro é o que não falta aquela mulher.

 Fevereiro, 10 de 2010
Já saí de casa da minha tia e fui para o orfanato de Dickens, o mesmo orfanato do Miguel e da Susana.
Não falo com ninguém desde que ali cheguei. Só saio do quarto para ir a casa de banho e raramente como.
Chamaram uma psicóloga para falar comigo mas só chega daqui a três dias. E eu espero honestamente que não chegue, porque a última coisa que me apetece fazer era desabafar pois eu não tenho respostas para lhe dar, não tenho as respostas que acho que ela quer ouvir, mas sim perguntas as qual acho que ela não tem as respostas. Por mais sabia que seja, e por mais experiencia de vida que tenha, eu tenho a certeza que aquela psicóloga não tem as repostas às minhas perguntas. Mas sentia que alguém as tinha, não ela, mas alguém.
Ainda não fui a escola e acho que não vou mais este ano. Mesmo que vá tenho a certeza que vou reprovar, mas pouco me interessa.

Fevereiro, 17 de 2010
Já estou neste orfanato a uma e só me limitei a ficar parada, a observar aquele orfanato e tudo á minha volta.
Parece-me tudo tão horrível, tão sombrio e gigante, como uma daquelas casas assombradas dos filmes. Tem corredores intermináveis, onde só existia portas de quartos reflectidas umas nas outras. O meu quarto era o número 113 tem uma cama uma mesa-de-cabeceira, um roupeiro e uma secretária. Não tem janelas, o que eu acho uma grande miséria, e como praticamente não saio do meu quarto já não vejo o céu há muito.

Fevereiro, 20 de 2010
Nestes dias o meu humor parece um buraco negro em que tudo o que acontecesse ele suga e transforma em mal, e eu sei que este buraco há-de rebentar um dia e ai será pior, pois tudo o que eu estou a sentir vai sair e eu penso que não vou aguentar.

Fevereiro, 27 de 2010
Hoje reparei entre os meus pensamentos, que, aquelas raparigas idiotas, góticas, e misteriosas que eu achava extremamente estúpidas a uns meses atrás, é no que eu me estou a tornar, e por mais que tente não consigo falar, não consigo me mexer, não consigo viver, sinto que não estou a fazer nada no mundo.

_______________________________________________________________________________________
Bem deixo-vos aqui o novo capitulo mas aviso já que se não tiver nenhum gosto neste capitulo pelo menos vou deixar de escrever...
Espero que gostem ;)

Sem comentários:

Enviar um comentário